Sim! Agregar valor é ordem da vez, seja ao camarote, ao amor ou ao sei-lá mais o quê!
O importante é agregar!
Como
então agregar valor aos estudos? Como proceder para que um dia, quando a
tão sonhada aprovação vier, ao menos uma noite regada de luxos em
comemoração ao sucesso da aprovação possa ser desfrutada?
Ao menos uma vez, uma mísera vez na vida, isso é plenamente merecido por quem busca nos livros o triunfo!
Depois
do advento do “Rei do Camarote”, várias e várias comparações debochadas
têm aparecido por todos os lados. Mas este não é o meu objetivo aqui. O
mote do Rei do Camarote vai ser usado para uma abordagem séria dos
estudos.
Seguem então 10 dicas para vocês otimizarem, de verdade, o processo de aprendizagem:
Estabelecer a disciplina
Disciplina nada mais é do que dizer não para tudo o que for estranho ao processo de estudo.
E isso não é fácil!
Existe uma infinidade de variáveis e circunstância capazes de quebrar a disciplina ou mesmo impedir que ela seja instituída.
De
toda forma, a disciplina é um processo, e como tal pode ser
estabelecida com consistência, desde que o estudante tenha em mente de
que ele não é um super-herói cognitivo, como gosta de dizer o professor
Rogério Neiva.
A
regra, e é simples, requer que o tempo de estudo, seja ele qual for,
seja monitorado. Por exemplo: por quanto tempo você consegue sentar e
manter o foco completo no processo de estudo? 15 minutos? Uma hora?
Registre isso e, paulatinamente, dia após dia, procure aumentar um pouco
que seja o tempo de concentração.
Com
o tempo, e seguindo uma evolução GRADUAL, sem estabelecer grandes
pressões, o tempo vai sendo elastecido e a permanência por horas e horas
nos estudos será encarada como um processo natural, sem pressões e sem
distrações.
O
aumento de apenas 10 minutos no tempo de estudo, por semana, já é uma
grande conquista. Se um estudante só consegue ficar focado por 20
minutos no início do processo, ao final de apenas 3 meses ele pode
conseguir ficar focado por 2 horas e 20 minutos.
Ainda pouco, mas muito mais do que os 20 minutos iniciais.
Dando continuidade ao processo, em mais alguns meses podemos criar uma verdadeira máquina de estudar.
É
importante ter a percepção de uma coisa: trata-se de se estabelecer um
processo de condicionamento, e condicionamentos ocorrem de forma
PAULATINA e não de forma imediata.
O
estudante tem de criar a projeção, fazê-la de forma ponderada, sem
exageros, e respeitar o planejamento. O resultado inexoravelmente virá.
Adotar uma estratégia de estudos
Praticamente
o Blog Exame de Ordem trouxe para dentro do Exame o conceito de
estratégia, e o fez a partir da construção de uma série de abordagens
específicas para cada fase da prova.
Não que adotar estratégias de estudos seja uma novidade, mas sistematizá-la até então o foi.
E isso é fundamental para quem está estudando.
Mas, afinal, como adotar uma estratégia?
A
estratégia, em suma, é estabelecer um foco específico em um objetivo.
Um único objetivo. Migrar de alvos, trocar de metas, ficar na dúvida
sobre o que fazer mina todo o processo de preparação.
É
a partir da definição do foco que o estudante implementa sua
metodologia e consegue enfrentar o conteúdo específico destinado ao
objetivo escolhido.
Um
exemplo do que não fazer: o candidato acaba de passar no Exame de Ordem
e tem o sonho de ser delegado de polícia. Mas, como isso pode demorar
um pouco, resolve também estudar para o concurso de analista do TRF.
Eis
o ponto: são conteúdo programáticos DIFERENTES e processos seletivos
diferentes. O que é melhor em termos de proporcionar o resultado? Ter o
foco em um só ponto ou dispersá-lo em dois objetivos diferentes?
Reflitam sobre isso.
Utilizar material adequado
Estudar custa CARO!
Ponto!
Não
tem conversa e não tem contra-argumentos! Pode inclusive sair mais caro
do que uma noitada do rei do camarote, a depender do que se busca.
Estudar
custa caro, em especial quando o ambiente é competitivo. Sabem quanto
custa uma mensalidade na melhor faculdade de Direito particular do
Brasil? R$ 4.000,00 por mês!
Caríssima, mas ela é a melhor!
Sabe quanto custam os bons livros de doutrina? Ou os bons cursos preparatórios?
Tudo muito caro.
A
melhor formação tem um preço, e isso decorre da lógica do sistema
capitalista: em regra, todas as coisas boas e de qualidade têm um preço
superior ao da média do mercado. Tal lógica decorre de uma simples
constatação: emprega-se mais tempo, conhecimento e zelo para se fazer ou
construir algo bom do que os mesmos elementos para se construir algo
mediano ou ruim.
A
mesma lógica vale para o seu cérebro: empregue um material bom para se
preparar, e o aproveitamento será muito melhor. Faça isso com um
material de qualidade inferior e o resultado seguirá a mesma lógica.
É preciso investir em si mesmo para otimizar o desempenho. Isso é um fato!
Adotar metas factíveis
Eu, Maurício, quero ter uma Ferrari. Dá status e agrega valor ao meu camarote!
Certo?
Hahahahahah! Não!!!
Nunca vou ter uma Ferrari, exceto se ganhar na mega-sena! É um sonho muito, mas muito distante da minha realidade.
Não é factível…
A meta, o objetivo, o sonho, todos eles precisam RESPEITAR as condições pessoais de cada um.
Quer
ser juiz? Sabe quanto tempo leva para se preparar adequadamente? Em que
estágio de conhecimento você atualmente está? Já fez uma análise de
desempenho? Já fez uma prova de juiz antes para ver se está no caminho
certo?
Que
tal antes tentar um voo mais baixo, ser técnico ou analista judiciário,
por exemplo? Depois, com alguma grana no bolso e a tão sonhada
estabilidade a nova meta, mais alta, possa ser então enfrentada?
Resumindo: o sonho tem de ser possível, ao alcance das suas possibilidades. Só assim ele poderá ser real.
Acreditar no sucesso
Certamente,
durante o processo de preparação, o estudante vai duvidar de si mesmo,
duvidar do sonho, duvidar da capacidade de chegar lá.
Isso é normal.
Ter
uma baixa nas expectativas e ficar com a moral em baixa também faz
parte de todo o processo. A dúvida e a incerteza volta e meia resolvem
acompanhar o estudante.
Tomem consciência disto, compreendam como um elemento inerente aos estudos e persistam no projeto de estudos.
Saber
de antemão que o espírito por vezes irá fraquejar ajuda a compreender o
próprio momento em si, e ajuda a manter a fé de que ao fim tudo dará
certo. Em momentos assim que um candidato mais determinado coloca uma
vantagem decisiva sobre seus concorrentes.
E é em momentos assim que quem deseja passar na OAB estabelece o marco central de sua aprovação.
Não esmoreçam!
Fazer mensurações periódicas de desempenho
A quantas anda o preparação?
Ela tem sido eficiente?
Há apreensão da chamada memória profunda?
Aliás,
o que é memória profunda? Trata-se da forma como uma informação,
qualquer informação, é apreendida pelo cérebro. Dizemos que determinado
conhecimento está na memória profunda quando, ao tentar resgatá-lo, a
informação vem de forma completa e sem maiores esforços, sem a
necessidade de “fazer força” para lembrar do conteúdo, e lembrá-lo
correta e integralmente.
Não estou falando aqui de decorar, e sim de SABER um determinado conteúdo. E decorar e saber são conceitos diferentes.
Decorar
é apenas isso: repetir uma fórmula. E tem suas consequências, em
especial a dificuldade de aplicar o conceito envolvido na fórmula ou
mesmo utilizá-lo em um caso em concreto.
Saber
envolve o domínio do conteúdo, seus fundamentos e desdobramentos,
permitindo que se trabalhe de forma completa no momento da necessidade
de se utilizá-lo.
Tudo
isso precisa ser PERIODICAMENTE evocado, relembrado, atestado, para o
candidato ficar afiado para os futuros desafios. A partir da percepção
da qualidade e quantidade da informação retida, o estudante pode
planejar melhor e vislumbrar os pontos restantes para completar o seu
processo de preparação.
Isso é uma premissa para quem está estudando.
Aceitar o fracasso
Não
se trata meramente de dizer “você pode fracassar”. Trata-se de fazer
uma afirmativa direta e objetiva: você VAI fracassar, e irá mais de uma
vez, com toda certeza.
O fracasso é inerente ao processo de estudo e aprovação. O único erro é achar que o fracasso tem o condão de definir algo.
Não tem!
O fracasso é meramente uma baliza, e a demonstração de que o estudante ainda está verde.
Reprovou? Compreenda as causas e estabeleça novas balizas, se necessário.
O
pódio do estudante, concurseiro ou examinando é construído sobre as
ruínas de algumas derrotas. O interessante é notar que você, e todas as
demais pessoas só terão olhos para o troféu que está sendo erguido.
Ninguém nem vai se lembrar de olhar para baixo e ver as ruínas.
Elas ficam no limbo do passado.
Aprender com os erros
Aprender com os erros guarda estreita correlação com administrar o fracasso.
É a autocrítica!
Estabelece-se uma estratégia, uma metodologia de estudo é adotada, um planejamento construído mas algo dá errado.
O quê?
Cada
fracasso deve ser seguido por uma espécie de “auditoria interna”, onde o
estudante precisa encontrar respostas para as suas próprias falhas.
Isso
é extremamente importante e faz parte do processo de aprendizagem.
Mais! Faz parte do processo de EVOLUÇÃO nos estudos. A cada fracasso
deve surgir um estudante mais apto, mais capaz e mais preparado para o
desafio. Em algum momento, com a autocrítica, a evolução atingirá seu
ápice, e o sucesso estará bem próximo de ser alcançado.
Foco na aprendizagem, e não no objetivo
Devemos estudar para passar ou estudar para aprender?
Sem sombra de dúvida, para aprender!
Na
estratégia escolhemos um objetivo, mas o objetivo não é ser aprovado, e
sim saber o que se é exigido. Ser aprovado então é mera consequência,
mero desdobramento de uma condição anterior, qual seja: saber o
necessário para conquistar o objetivo.
Sabe
aquele conteúdo programático extenso e cansativo? O candidato seria
capaz de falar sobre ele, seus componentes e seus detalhes, dominando
tudo completamente?
Sim, isso leva tempo, passa por longa maturação, mas é quando, finalmente, se está de fato pronto.
Aliás,
focar os estudos em aprender e não em ser aprovado ajuda a libertar da
ANSIEDADE e da OBRIGAÇÃO de ser aprovado. O objetivo é saber, e não
conquistar. Conquistar é desdobramento, e não causa. Desta forma é
possível retirar grande parte da pressão sobre ele, o resultado, e a
mente sofre menos durante o processo de preparação, isto quando estudar
por si mesmo não se transforma em um prazer.
Neste momento, nada mais é impossível.
Não existe fórmula milagrosa
Estudar, para muitos, dói.
E
dói porque tem-se a impressão muitas das vezes de que a vida lá fora
está sendo perdida, e a o tempo está passando mais rapidamente do que o
normal.
Somos uma sociedade que quer tudo, e de preferência agora.
Neste momento surgem uma série de tentações, em especial fórmulas especiais de aprendizagem acelerada ou similares.
Eu não acredito nisso.
Aliás,
sequer existe estudos ACADÊMICOS que comprovem a utilidade real de
fórmulas mágicas. Ao neuropedagogia não se ocupa disto…
Uma
verdade: estudar requer tempo, estudar requer paciência e aprender é um
processo complexo. Não existem facilidades! Se existissem elas seriam
vendidas em pílulas e todo mundo estaria se beneficiando dessas
“maravilhas”.
Mas não é assim que funciona.
O
que vem fácil, vai fácil. Construa o seu saber de forma lenta e
CONSISTENTE. Só assim para ele, o conhecimento, vai ficar devidamente
retido na sua cabeça.
Não existe almoço grátis. Champanhe grátis na balada vocês podem até achar…
…mas almoço não.
Fonte: Blog Exame de Ordem
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