Já se passaram três meses e alguns ainda não entraram no ritmo, mas continuam sonhando com um ano diferente.
E aqui vem a pergunta: os planos para 2016 já saíram da gaveta?
Não?
Nós
sabemos, e bem, como é difícil sair do zero diante de qualquer projeto.
Por exemplo, iniciar um projeto de condicionamento físico.
A
pessoa começa a correr, logo começa a ofegar, sentir toda a sorte de
dores, falta de ar , finalmente para. O início é sempre ruim. Lembrando
que a sensação ruim é, acima de tudo, uma resposta neurofisiológica. A
percepção negativa sobre a corrida é algo que ocorre no cérebro, e não é
a corrida em si que modificará o que sentimos, e sim o próprio cérebro
tratará e estabelecer as mudanças sobre nossa percepção sobre correr em
razão do estímulo oferecido, nada mais, nada menos, que o a própria
corrida.
Estou falando de uma mudança de percepção, e ela se dá em razão de uma característica do nosso cérebro.
Estou falando da plasticidade cerebral!
Como assim? O que é isso?
A
plasticidade cerebral é a propriedade do sistema nervoso que permite o
desenvolvimento de alterações estruturais em resposta à experiência, e
como adaptação a condições mutantes e a estímulos repetidos.
Se
alguém resolve aprender uma nova habilidade, como por exemplo jogar
tênis, certas áreas do cérebro ligadas ao desenvolvimento neuromotor
passarão por um processo de adaptação, e serão mais desenvolvidas, ao
longo de determinado tempo, em comparação ao cérebro de uma pessoa que
não pratica este esporte.
E, caso o estímulo deixe de ser oferecido, as áreas cerebrais envolvidas no processo tendem a retornar ao estado anterior.
Por que então odiamos iniciar uma atividade de condicionamento?
Em
termos neuronais, retirar o cérebro da condição anterior, ou seja, de
inércia, é bem mais doloroso, pois o cérebro tende a permanecer estável.
Ele já está condicionado!
Por
isso que romper com atual estado é complicado, pois o cérebro terá de
se aperfeiçoar para passar a utilizar áreas que até então não estão
sendo usadas ou estão sendo pouco demandas.
Logo, a plasticidade cerebral está vinculada ao processo de REPETIÇÃO DE ESTÍMULOS.
Em
algum momento, após insistir na corrida de forma diária, a resistência
ao exercício será mitigada até desaparecer, e correr não será mais algo
desagradável.
E qual a correlação disto com os estudos?
Toda!
Já
se deram conta de que dar início ao processo de estudos é a parte mais
complicada de todas? Começar é, sem dúvida, a etapa mais difícil de
qualquer processo de preparação.
Correr,
estudar, tocar música, aprender uma língua, se recuperar de um AVC ou
mesmo o processo de readaptação após a perda da visão envolvem o
conceito de plasticidade cerebral, ou, uma adaptação dos neurônios a uma
nova condição.
Com
a oferta contínua de estímulos, ao longo do tempo o cérebro irá se
adaptando a nova condição até se acostumar com ela. Uma vez adaptado,
sair desta nova condição tornar-se-á enfim algo difícil,pois o cérebro
tende a exigir o estímulo.
Com
os estudos ocorre a mesma coisa: após certo tempo, com o estudante se
obrigando a estudar, ou seja, forçando o estímulo “estudo”, o cérebro
passará por esse processo de adaptação e, ao fim, estudar será um hábito
e, enquanto ato, deixará de ser incômodo.
Por isso o início é a parte mais complicada, e por isso falamos, exatamente, na força de vontade.
Uma
vez cientes deste processo, resistir à tentação de desistir quando se
dá o início de uma nova atividade é VITAL para assegurar, mais a frente,
a adaptação e natural continuidade à atividade escolhida.
Estudar dói? Dói, mas dói até certo ponto. Depois, vira prazer, ou, pelo menos, algo que não incomoda.
Se
vocês ainda não deram início aos projetos de 2016, reflitam sobre essa
característica do nosso cérebro e enfrentem a resistência de sair da
inércia. É complicado no começo, mas após certo tempo as coisas irão
fluir naturalmente!
Desta forma vocês poderão garantir, desde agora, um 2016, 2017, 2018 em diante diferentes em suas vidas.
Fonte: Blog Exame de Ordem
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